FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Uma empresa turística está oferecendo pacotes de viagens que podem ser pagos com antecipação do Saque Aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Trabalhador Social). No entanto, especialistas ouvidos pelo R7 veem riscos nessa operação.
Silvye Massaini, professora de finanças na ESPM, destaca que a ferramenta foi criada para ser usada “em momentos oportunos como a compra da casa própria, a descoberta de doenças graves, a demissão sem justa causa, a aposentadoria, a morte ou invalidez, entre outros casos”.
"O perigo decorre de não se ter um planejamento financeiro de longo prazo. A antecipação dos desejos de consumo (como a realização de uma viagem) sem ter em mente as possíveis necessidades e incertezas futuras, pode fazer com que a pessoa entre em dívidas futuramente", argumenta ela.
Aline Soaper, educadora financeira, tem visão semelhante. “É preciso cautela nessa decisão de usar a reserva para fazer uma viagem”. Ela até acha que se o trabalhador “já possui reserva particular e quer usar o dinheiro que está no FGTS e não está rendendo como outros investimentos, ele pode fazer uso assim”, afirma Aline.
“Mas eu sempre alerto sobre a importância de usar sabendo que está utilizando um valor que seria importante em um momento de emergência e não como um bônus que será recuperado depois”, ressalta ela, por outro lado.
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira, também recomenda ter cuidado ao antecipar ou não o FGTS.
Ele explica que usar o FGTS para pagar viagens até pode ser feito sem graves impactos financeiros, dependendo da situação do trabalhador. Mas, em todo caso, não é a opção mais recomendada.
“São necessárias análises e atitudes serão imprescindíveis para o melhor uso, mesmo que a escolha seja por deixar o dinheiro aplicado nesse fundo, que é um dos mais importantes ativos financeiros que os trabalhadores possuem”, resume Domingos.
*Sob supervisão de Ana Vinhas
Quando posso sacar o dinheiro preso no FGTS?