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De acordo com levantamento da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, da sigla em inglês), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de câncer vão crescer 77% até 2050. Em termos de números, a estimativa é que haja o aumento de 35 milhões de novos casos. Já com relação especificamente ao câncer ocular, o Cancer Research UK (CRUK) aponta que quase 25% de pessoas afetadas pela doença têm 75 anos ou mais. Contudo, também observa que crianças com menos de 5 anos podem desenvolver retinoblastoma. Por isso, é fundamental, em qualquer faixa etária, a ida regular ao oftalmologista, assim como manter atenção a eventuais sinais e sintomas.
De acordo com a médica oftalmologista especialista em oncologia ocular, Mônica Muller, o câncer mais prevalente tem a ver com as lesões malignas de superfície ocular que, por sua vez, são lesões do epitélio que recobre toda a superfície do olho, o epitélio escamoso da córnea e da conjuntiva. Além disso, pontua que “existem também outros tumores intraoculares, que surgem nos tecidos localizados dentro do olho, tais como: retina (retinoblastoma - câncer infantil) e coroide (melanoma maligno e metástases provenientes de outros órgãos)”, explica.
Importante ponderar que os sinais de câncer ocular são bastante sutis no início da doença. Dessa forma, é imprescindível estar atento e regularmente ir ao médico especialista na saúde dos olhos. Isso porque “as pessoas precisam entender que, muitas vezes, esse tipo de câncer é assintomático e a única forma de diagnosticar precocemente é por meio das consultas anuais”, pontua. Mônica ainda acrescenta que os sintomas avançam e se tornam mais frequente à medida que a doença progride. “O câncer no olho pode levar à perda de visão, dor ocular, percepção de manchas no campo visual ou o surgimento de alguma lesão mais elevada na superfície do olho que cresce de maneira mais rápida”.
Mas existem formas de prevenir o aparecimento de algumas dessas doenças, segundo a especialista. Ela compartilha que o câncer da superfície ocular é provocado pela exposição aos raios ultravioletas de forma descontrolada. “Então, a principal forma de proteção nesses tumores seria proteção ocular com óculos de sol, chapéus ou viseiras para evitar exposição da região periocular (pálpebras)”, afirma.
Como ocorre o tratamento e qual público mais atingido por essas doenças?
As formas de tratamento levam em consideração os tipos de câncer, nível de invasão e local atingido. Nos casos em que é feito um diagnóstico precoce, quando as lesões são menores, o tratamento é mais fácil, muitas vezes sendo realizada a retirada cirúrgica localmente associada ou não ao uso de colírios quimioterápicos. Já com relação a tumores intraoculares, Mônica ressalta que “o tratamento requer procedimentos mais complexos como radioterapia local (placa de Braquiterapia) e/ou laser e a quimioterapia intraocular”, pontua a médica do vilar. Além disso, com relação aos tumores da superfície do olho, “o principal público atingido são as pessoas mais idosas que sofreram exposição solar de forma excessiva ao longo da vida e não se protegeram de forma adequada”, conclui.
Da Redação