Da Redação (Com informações Ídria Portela e Francisco José - TV Cidade Verde)
O consultor de Tecnologia e Inovação, Kayo Souza, criou um aplicativo chamado 'Guardiãs' para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. Kayo, que também doutorando em Sistemas de Informação, conta que a iniciativa surgiu a partir de uma situação vivenciada dentro da própria família.
“Na época, apesar de já existirem alguns aplicativos, não existia com tanta tecnologia como existe hoje, e eu já estudava. Comecei a ver a possibilidade de desenvolver algo que pudesse ajudar, porque nem sempre o agressor bate fisicamente. Às vezes, ele agride verbalmente, coloca a vítima em uma situação de ansiedade, e vemos isso como uma situação que realmente é uma emergência”, disse.
Kayo Sousa destaca ainda que o diferencial da ferramenta é a inclusão de arquivos e informações que, mesmo se o aplicativo for desinstalado, não se perdem.
“Ele [o aplicativo] tem três recursos principais. O principal deles é o recurso que registra a localização, áudio, vídeo, foto, tudo dentro do aplicativo sem a necessidade de a vítima fazer um registro externo e armazenar. Já protege as imagens, então, se ela perder o telefone ou, porventura, desinstalar o aplicativo, não perde as informações. Isso facilita que as provas registradas não sejam perdidas”, ressaltou.
No momento, o app Guardiãs aguarda a aprovação das lojas de aplicativos para ser disponibilizado à população.
Além do 'Guardiãs', existem outros meios que fornecem o amparo necessário a essas mulheres, como o Centro de Referência Francisca Trindade, localizado no bairro Aeroporto, zona Norte de Teresina. Lá, as vítimas podem receber orientações psicológicas, sociais e jurídicas, fortalecendo a rede de enfrentamento à violência doméstica.
A Secretaria Estadual da Mulher também está distribuindo um panfleto de informações em todo o Piauí. O panfleto contém um QR Code que direciona a mulher que está sendo vítima de violência física, moral, sexual, patrimonial ou psicológica para fazer a denúncia através de um canal de mensagens.
“Nós temos o zap ‘Ei Mermã, não se Cale!’. Se você fizer uma ligação através do zap, vai cair no 190, que é o caso de urgência. Assim, aciona-se uma viatura que vai até o local onde está acontecendo a violência. No zap, você pode fazer a denúncia também, ver qual é a delegacia mais próxima para pedir ajuda à rede”, explica a secretária estadual das Mulheres do Governo Piauí, Zenaide Lustosa.
Zenaide Lustosa ressalta também que, nesse período de festividades de final de ano, as ocorrências de importunação sexual costumam aumentar bastante e por isso as campanhas são intensificadas.
“Nesse período de festas de final de ano e até o Carnaval, intensificamos a campanha da importunação sexual. Elas podem estar procurando ajuda ou orientação para saber como lidar”, reforçou a secretária.